A existência do mundo material é um fato inegável; mas de onde veio este mundo? Eis uma pergunta que tem perturbado e confundido os sábios e filósofos desde a antiguidade. O mundo ou existe por si mesmo, ou é obra de um Criador. Esta última é a verdade defendida pela Bíblia. Segundo a Bíblia, o mundo é obra livre do Onipotente e foi criado do nada, isto é, não foi formada de matéria preexistente. No primeiro capítulo de Gênesis a palavra criou é tradução do hebraico barah, termo que significa geralmente vir a existir aquilo que previamente não tinha existência. Do sentido primitivo da palavra bem como do processo apresentado no registro mosaico, aprendemos que Deus “no princípio” ou no começo do tempo, do nada fez ou criou a matéria da qual os céus e a terra foram formados.
A criação de todas as coisas, visíveis e invisíveis, sempre foi uma das questões mais intrigantes da historia humanas, e muitos cientistas de renome como Newton, Copérnico, Einstein e outras, sempre recorrem ou aceitaram o fato de que sem um grande Criador seria impossível tratarmos da existência do universo físico e espiritual. Mesmo nos dias de hoje, quando a ciência defende com toda sua tecnologia para experimentos, o “Bóson de Higgs”, partícula menor que um átomo que teria dado origem ao Big Bang e que faria surgir toda matéria do Universo, o Senhor não foi removido, pois essa partícula é chamada de “A Partícula de Deus”.
Segundo a ciência, o universo foi criado há milhões de anos atrás. Na realidade, não temos como ter certeza do momento exato da criação, por mais que o homem se aprimore em técnicas cientificas, como o teste do carbono 14 (teste descoberto por Willard Libby, que consegue chegar bem perto da data da morte do tecido orgânico estudado).
Temos a confirmação disso na Palavra de Deus quando Pedro fala em sua epistola: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (II Pe 3:8). Deus está fora do tempo, logo a nossa cronologia não coincide com a dEle. Em gredo existem duas palavras para tempo: chronos (gr. Xpóvoç, que significa “tempo”), e Kairos (gr. Kaipóç, “o momento certo” ou “oportuno”). Assim, temos que, chronos é o tempo cronológico, o nosso tempo; e kairos é um tempo determinado dentro do tempo cronológico, mas do qual não temos conhecimento.
A necessidade do homem em buscar respostas fez e faz com que ele pesquise e levante hipóteses e teses acerca de como viemos a surgir.
Há diversas teorias sobre a criação do universo. Se fizermos uma pesquisa acerca disso, com certeza, descobriríamos outras tantas individuais. Porém, as mais conhecidas são: a Teoria da Evolução, a Teoria Cientifica e o Criacionismo.
O que nos falam as Escrituras sobre Deus no processo de Criação?
O processo de criação é narrado no livro de Gênesis. Gênesis significa “origem”, “começo”, “principio” e é assim definido porque discorre a respeito do começo de todas as coisas: do mundo (Gn 1:1-25); da raça humana (Gn 1:26-2:25); do pecado no mundo (Gn 3:1-7); da promessa da redenção (Gn 3:8-24); da vida familiar (Gn 4:1-15); de uma civilização humana (Gn 4:16-9:29); das nações do mundo (Gn 10, 11) e do povo hebreu (Gn 12:5). O povo judeu denomina o livro de Gênesis de “Bereshith” (hebraico) que significa “no inicio” e é como começa o livro (Gn 1:1). A autoria do Gênesis é do próprio Deus com co-autoria de Moisés.
Deus é o início de tudo e tudo se criou a partir da Palavra que saiu de Sua boca. Ou seja, o próprio Deus é o “BERESHITH” de tudo:” Porque falou, e foi feito; mandou e logo apareceu” (Sl 33:9). Ainda vemos no relato da criação e do inicio de tudo Jesus presente o tempo todo e agindo com Deus, conforme esta escrito em João 1:1-5.
O processo de criação
1º Dia: Criação dos céus e da terra. Em Gn 1:2 podemos dizer que já havia água, já que o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Pela Sua Palavra Deus trouxe à existência a luz, que chamou de dia, e as trevas que chamou de noite (Gn 1:1-5).
2º Dia: Criação do firmamento e separação deste e das águas (Gn 1:6-8).
3º Dia: Separação das águas em mares e aparecimento da terra seca (Gn 1:9-10). Criou também a vegetação, plantas, sementes e frutos de varias espécies (Gn 1:11-13).
4º Dia: Criação dos luminares do céu (sol, lua e estrelas), as estações do ano, os dias e os anos (Gn 1:14-19).
5º Dia: Criação dos seres vivos de diversas espécies para povoarem as aguas e o céu e os abençoou com fecundidade (Gn 1:20-23).
6º Dia: Criação dos seres vivos para povoarem a terra (rebanhos domésticos, animais selvagens) cada um segundo a sua espécie. Formou o homem do pó da terra, a coroa da criação, conforme a Sua imagem e semelhança, para governar e dominar sobre toda a criação. E os abençoou com fecundidade (Gn 1:24-28).
7º Dia: Após concluir toda obra de Suas mãos, Deus descansou neste dia e abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele descansou de toda obra que realizou na criação (Gn 2:2).
A Criação do Homem
A Bíblia nos ensina que Deus criou o mundo por um ato livre de seu poder, de sua sabedoria e do seu amor, e que criando-o, era o homem que ele tinha em vista. Seu objetivo maior não era criar plantas e animais, mas o homem. Era o homem que ocupava o pensamento de Deus. Ele é a ideia divina por excelência que preside toda a criação; é a realização essencial de Deus.
A criação do homem, como é ensinada pela antropologia, destaca-se como um monumento sublime de intervenção milagrosa na natureza, refutando os ataques da incredulidade, e refletindo a sabedoria e glória divinas.
A unidade da raça humana
No sentido absoluto Deus criou só um individuo, a saber, Adão. Ele não criou, no sentido absoluto, Eva – formou-a de uma das costelas de Adão. É verdade que ela foi criada, mas só no mesmo sentido em que todos os homens foram criados em Adão. Nisto vemos a unidade absoluta da natureza humana. Sem duvida, Deus podia ter criado Eva independente de Adão, dando-lhes naturezas distintas (Gn 5:1-2).
Portanto, nesse caso não teriam uma mesma natureza. Esta unidade de natureza do ser humano (homem e mulher) é claramente reconhecida e ensinada em Gênesis 1:26-27, que é um resumo da história da criação do homem.
Depois, quando o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e tomou uma das suas costelas e dela formou uma mulher e a trouxe a Adão, disse Adão: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa porque do varão foi formada”, Gn 2:23. Se a mulher não fosse formada em Adão, ala não poderia ter sido considerada como formada dele.
Outras passagens que também afirmam a unidade da raça humana são Atos 17:26 e Romanos 5:12.
Veja também:
A Criação no Antigo Testamento: Gn 1:1; Gn 1:3; Is 40:22; Is 45:18; Jr 10:10-13; Sl 19:1; Ne 9:6; Jó 26:7; Sl 104.
A Criação no Novo Testamento: Jo 1:1-3; Cl 1:16; Jo 1:4; At 17:24-25; Hb 1:1-2; Ap 21:5; Hb 1:3; Cl 1:17.